O termo Gig Economy vem ganhando destaque nas relações trabalhistas, já que trata-se de um modelo econômico caracterizado pela predominância de trabalhos temporários, autônomos e flexíveis, em oposição aos empregos tradicionais de tempo integral. Nesse sistema, trabalhadores atuam como freelancers ou contratados independentes, oferecendo seus serviços para diferentes empresas ou clientes através de plataformas digitais, como aplicativos e sites especializados. Se em um primeiro momento o modelo parecer atrativo, já que se diferencia pela ausência de vínculos empregatícios formais e pela liberdade de escolha em relação ao horário, local e quantidade de trabalho, também pode significar problemas para o trabalhador.
A falta de estabilidade financeira e de benefícios como seguro de saúde, aposentadoria e férias remuneradas são algumas das principais críticas ao modelo. Além disso, a ausência de regulação clara e a dificuldade em garantir direitos trabalhistas aos trabalhadores independentes geram debates sobre a necessidade de adaptar as leis trabalhistas a essa nova realidade econômica. A Gig Economy, ao mesmo tempo que oferece oportunidades, levanta questões sobre a sustentabilidade e o impacto a longo prazo desse modelo de trabalho.
É fato que o fenômeno ganhou força nos últimos anos com o avanço da tecnologia e a popularização da internet, que facilitaram a conexão entre trabalhadores e clientes. Aplicativos como Uber, 99, Airbnb e Rappi são exemplos de plataformas que operam dentro da Gig Economy, permitindo que pessoas ofereçam seus serviços, desde transporte e entrega de alimentos até tarefas como design gráfico e programação. Além disso, o modelo se tornou uma alternativa para quem está ou ficou desempregado, muitas vezes se submetendo a jornadas exaustivas de trabalho e sem receber nenhum tipo de benefício.
No Brasil, o Governo estuda algumas alternativas e apresentou uma proposta que amplia direitos e garante segurança jurídica desses trabalhadores. Porém, críticos acreditam que a autonomia dos trabalhadores pode ser diminuída, com brecha para empresas pagarem menos por hora trabalhada. Além disso, esses trabalhadores não têm representatividade sindical e a luta por direitos e melhorias enquanto categoria também fica prejudicada.